domingo, 29 de abril de 2012

quem acredita sempre alcança

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A DAMA DONA CARMÉLIA JUSTINA



SilvA
Foi o que o historiador e pesquis
a resgata o cotidiano de um quilombo abolicionista localizado em pleno Rio de Janeiro, que produzia em larga escala as camélias que se tornaram a flor-símbolo do movimento pela libertação dos negros – uma identificação que, segundo Silva, foi relegada a segundo plano nas interpretações posteriores que se fizeram da luta por libertação, em detrimento da própria participação do negro no processo.
- A camélia como símbolo do abolicionismo sempre foi tomada como um detalhe folclórico menor. Quando se faz isso, quando se retira esse simbolismo popular, com o qual os negros libertos, refugiados ou militantes sempre tiveram muita identificação, o que sobra é realmente a princesa Isabel, e aí é lógico que o movimento negro só poderia refutar essa interpretação que jogava sobre uma princesa de ascendência européia toda a importância por um ato que foi o ápice de uma luta libertária – comenta o historiador.
Silva esbarrou na questão das camélias ao passear pelo jardim da Casa de Rui Barbosa, onde se situa a fundação. Notou que a residência tinha camélias plantadas em pontos estratégicos, perfeitos para serem vistos por quem passava na rua. A partir daí, o pesquisador retraçou a história da camélia como esse símbolo que a história republicana,


suas artimanhas no amor e no sexo, sua vida luxuosa e perdulária, mantida por ricos progenitores da emergente burguesia urbana. As mulheres “teúdas e manteúdas” eram a vaidade em vitrine dos senhores proprietários. A Dama das Camélias e SABOROSO vivem uma grande paixão impossível pela segregação social da sociedade burguesa classista. O pai de SABOROSO trama a separação e convence a Dama das Camélias que aquela relação é uma ruína para a família e para o futuro do filho. A Dama comove-se. Num ato de nobreza incomum,  resignada com seu infortúnio, fica reconhecida, pela sociedade, como a cortesã mais honesta, humana, e guardiã da falsa moral burguesa.
A personagem não tem máscaras. Vive à custa de homens. Mas é transformada pelo amor.

terça-feira, 17 de abril de 2012

(coronel saboroso)Perguntava-me, anos após anos. Meu Deus, como nosso filho é lindo, igual ao pai; maravilhoso, bondoso, inteligente. Esse homem com todas essas qualidades tão diferentes. Tão inteligente, mas dominado pelo silêncio. Cada vez que a pergunta surgia... Porque? O que está acontecendo? Sempre era nada, e o vazio já dominava minha alma. Era inevitável a distancia, a indiferença, e um grande amor transformado em uma grande dor. Uma dor dilacerante, uma dor pedindo para o tempo voltar, pois o silêncio já pode ser entendido, através da dor do seu olhar. O que fazer depois de tudo, depois do vazio, da tristeza de um filho, dos dias frios, da louca vontade de voltar, da solidão escapar. Como pude não enxergar um grande amor que precisava só de um profundo olhar. Fica a esperança de um dia curar essa dor e passar para todos. Nunca deixe escondido o que você pode descobrir. Em esconderijos profundos encontramos diamantes.
Verdade é, que foi amenizado o penar, por garotita, de tez trigueira, moreninha, da cor daquele pão doirado de centeio, que, experientes padeiras, fabricavam em Bragança, cozido em rústicos fornos.
Eram dois bagos luminosos e cativantes seus lindos olhos, dum castanho meigo, que irradiavam inocência e balsamíficavam o infortúnio de infelizes, que deambulam, como judeus errantes, pelas agruras do mundo.
Ao trepar curto lance de escaleira, que dava acesso a sua modesta casa, era ela, de rosto risonho, que me aguardava, cobrindo-me as faces de expressivos beijos; e, enquanto os bracitos se entrelaçavam ao pescoço, as esguSe o amor correspondido enche a alma de alegria, felicidade que se imprime no rosto e reflecte-se nos olhos; o amor platónico, deixa acúleos que cavam infortúnios e desamor à vida. ias perninhas, cingiam-se à cintura, 


esmagando o jovem peito, ao meu. 


 


 


 

teste do discurso

1- Você está passeando a pé por um caminho. O que vê a sua volta?
a) uma floresta escura, com enormes árvores, que impedem até a passagem dos raios de sol
b) um campo de milho, debaixo de um céu fantástico
c) montanhas grandes, cobertas por árvores bem verdes
2- Em qual objeto você quase tropeçaria?
a) um espelho
b) um anel
c) uma garrafa
3- Você pegaria qualquer um deles?
a) sim
b) não
4- Seguindo pela mesma trilha, você tem que atravessar um pedaço cheio de água. O que seria?
a) um limpo, claro e sereno lago
b) uma ruidosa cachoeira
c) um borbulhante riacho
5- No meio da travessia, você vê uma chave dentro da água. Como ela é?
a) normal, de uma casa
b) uma bonita chave antiga
c) bem pequena, de cadeado
6- Depois de passar pela água, você continua andando e, logo a frente, vê uma casa. De que estilo?
a) uma mansão à la Hollywood
b) uma cabana com um gramado bem aparado
c) um lindo castelo em ruínas
7- O que você faz?
a) entra
b) olha pela janela
c) não se interessa
8- De repente algo cruza seu caminho e assusta você. O que é?
a) um urso
b) um mágico
c) um gnomo
9- Agora, você chega a um muro com uma porta e dá uma espiada no buraco da fechadura. O que vê do outro lado?
a) um jardim maravilhoso
b) uma lagoa no meio do deserto
c) uma praia com ruidosas ondas
RESULTADOS:
1) A VIDA COMO VOCÊ A VÊ
a) A floresta indica que você vai fundo nas coisas que quer, sabe identificar seus objetivos e conciliar suas metas, porém é quieto(a), calmo(a) e cauteloso(a). Todos que te conhecem o (a) acham interessante e não se cansam de elogiar seu ar misterioso, já que, por nada neste mundo, mostra seu verdadeiro eu logo de cara. Sabe ser um bom ouvinte.
b) O campo de milho indica que você é brilhante, sociável, amável,brincalhão (ã). Faz amigos com facilidade e raramente se sente sozinho(a). Aonde quer que vá, é sempre o centro das atenções e, por isso, sente-se feliz e se diverte, digamos, até com uma certa facilidade .
c) Caso tenha escolhido as montanhas, é sinal de que você é prático(a), tem senso de justiça, pé no chão e conquista as pessoas por sua honestidade. Uma prova disso é que sua atitude quando alguém pede que ajude a resolver um problema. Antes de tomar qualquer partido, ouve as partes envolvidas. 2) A PESSOA DOS SEUS SONHOS
a) A escolha do espelho mostra que você não acredita que "pólos opostos se atraem", quando isto é em relação ao amor, e que, só vai sossegar quando encontrar a sua "alma gêmea", a pessoa que tenha os mesmos ideais seus. Nada mais justo. Só que é bom olhar um pouco mais a sua volta, porque de repente a pessoa perfeita para você pode ser alguém que normalmente você não olharia duas vezes.
b) A escolha do anel significa que você coloca os sentimentos acima de qualquer outra coisa na vida, até de seu amor próprio. Romântico(a), acredita em amor eterno, e rima "amor com dor". Mesmo quando está sofrendo e sendo rejeitado(a), continua acreditando que a pessoa um dia vai descobrir que te ama. No seu projeto de vida, embora não admita, quer que seu parceiro(a) cuide de você e supra suas carências.
c) Se escolheu a garrafa você é ambicioso(a), inteligente, prático(a)e quer um companheiro(a) que ajude e batalhe ao seu lado, mais do que, amor, paixão, busca companheirismo e um parceiro(a) esperto(a), disposto(a), colaborador(a). Dos chamados "moscas mortas", prefere manter distância. 3) VOCÊ QUER UM COMPROMISSO SÉRIO?
a) Se respondeu sim, você não vê a hora de encontrar a pessoa certa, ou estando com alguém não tem problemas em se envolver.
b) Se respondeu não, tem outras prioridades, pelo menos por enquanto. 4) LIMITES DA PAIXÃO
a) O lago reflete seu desejo de querer se ver livre de relacionamentos superficiais. Porém, só quando encontrar alguém muito especial, é que vai mergulhar de cabeça.
b) A cachoeira revela que você gosta de conquistar, esbanjar seu charme e saber que as pessoas se apaixonam facilmente por você, mesmo que para você logo tudo perca a graça. Mas sempre aparece alguém novo, aliás, muito natural.
c) O que um riacho é capaz de fazer, não? Você vive apaixonado(a), e sempre por alguém diferente. Você é movido à paixões e emoções intensas,passional. Não dá outra: está sempre com uma pessoa diferente e sempre jurando que encontrou o amor de sua vida. 5) FUTURO BRILHANTE
a) Se viu a chave de uma casa, você tem uma vontade secreta de abrir novos horizontes na sua vida, só não sabe que rumo seguir.
b) Se viu a chave antiga, mostra que você tem garra e uma vontade ilimitada de aprender tudo o que puder e que vai atrás e luta por seus objetivos.
c) Ver a chave do cadeado significa que, você acredita na sua intuição para ajudá-lo(a) a encontrar um caminho, fora do comum, que te abrirá as portas do sucesso. 6) QUEM É QUE NÃO TEM AMBIÇÃO?
a) Escolher a mansão, quer dizer que você possui vários objetivos na vida, e muito legais. Além disso, se esforça para ser o(a) melhor em tudo que faz e sente-se atraído(a) por atividades que dão chance de expressar sua criatividade.
b) A cabana é a visão de uma pessoa realista sobre seu próprio futuro e que tem os pés firmemente plantados no chão. E provavelmente vencerá em qualquer atividade usando o esforço próprio.
c) Caso tenha achado o castelo mais simpático, é porque ainda não conseguiu decifrar muito bem o que deseja para o amanhã. Enquanto isso, para não se desapontar , caso alguma coisa dê errado, prefere sonhar com o que vai fazer com o dinheiro todo que irá ganhar, quando ficar milionário. 7- QUANDO O SUCESSO CHEGAR
a) Entrar na casa é ter confiança em tudo o que faz, sabendo que existe sempre a possibilidade de erro ou acerto. Sendo assim, nada consegue atrapalhar seu caminho.
b) Se você olhou pela janela, é porque tem medo de falhar, e, por isso, desiste de tudo, sem ao menos ter tentado.
c) Caso não tenha se interessado, é porque você se contenta com coisas simples e prefere não correr atrás do sucesso. 8- MEDO DE QUÊ?
a) Para você, que escolheu o urso, depender de alguém é a coisa pior que pode te acontecer na vida. Na sua opinião, uma pessoa alcança a felicidade a partir do momento em que estiver pronta para andar com os próprios pés.
b) Através do mágico, você demonstra o receio que tem com as situações que estão fora do seu controle. Porém, para aliviar tamanha tensão, procura ajuda com um poderoso gurú e explicações sobrenaturais para seus problemas pessoais.
c) O gnomo é o retrato de uma pessoa preocupada com que os outros vão pensar dela, como os outros vão reagir se disser ou fizer coisas que elas não gostam ou aprovam. Afinal por que tanto medo de não ser aceito(a)? 9- SEU EU MAIS PROFUNDO
a) Escolhendo o jardim, você provou que é maduro(a), honesto(a), sensível e dono(a) de uma inteligência privilegiada. Não é a toa que todos confiam em você de olhos fechados.
b) Se escolheu a lagoa, ela apenas reforça a sua necessidade de ter seu próprio espaço, até para se isolar quando sente que as coisas não andam lá como tinha planejado. Chegará um dia em que você descobrirá que compartilhar os sentimentos com alguém de sua confiança poderá ajudá-lo(a) a ficar melhor.
c) A praia é a escolha de quem é apaixonado(a) pela vida, nada convencional, com opiniões próprias, e nem um pingo de receio de defendê-las e mudá-las , se for preciso.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O PROGRESSO EM MARACANGALHA

O MUNDO SE TORNA IGUAL NO DECORRER DO PROGRESSO,
MAS EM MARACANGALHA É DIFERENTE, O PROGRESSO SE TORNA DEVAGAR
POIS O INTERIOR DEMORA A SE ACOSTUMAR COM COISAS NOVAS...
A INTERNET POR EXEMPLO É FACULTATIVA SÓ EM ALGUNS LUGARES ELES TEM ACESSO A MODERNIDADE ,ATÉ NA PREFEITURA MESMO A INFORMATICA AGORA QUE ESTA CHEGANDO VEJA ESTE FATO CURIOSO;

A curiosidade matou um gato, eu sei, mas o que ele queria saber ...????????


A CURIOSIDADE DA GERALDA GUABIROBA
Geralda, saiu de casa
Onde será que Geralda foi parar
Aqui Geralda, aqui Geralda
O charutinho está cansado de chorar

Chora negão na rampa
Chora que eu também já chorei
De noite todas as gatas são parda
Aqui Geralda, aqui Geralda

Chora negão na rampa
Chora que eu também já chorei
Você gosta de salsicha com mostarda
Aqui Geralda, aqui Geralda

 O RABICHO DA GERALDA
Sou o boi liso, rabicho,
Boi de fama, conhecido,
Minha senhora Geralda
Já me tinha por perdido.

Era minha fama tanta,
Nestes sertões estendida...
Vaqueiros vinham de longe
Pra me tirarem a vida.

Onze anos morei eu
Lá na serra da Preguiça,
Minha senhora Geralda
De mim não tinha notícia.

Morava em cima da serra,
Naqueles altos penhascos,
Só davam notícias minhas
Quando me viam os rastos.

Ao cabo de onze anos
Saí na Várzea do Cisco,
Por minha infelicidade
Por um caboclo fui visto.

Quando o caboclo me viu
Saiu por ali aos topes,
Logo foi dar novas minhas
Ao vaqueiro José Lopes.

Quando o caboclo chegou
Foi com grande matinada:
- Oh! José Lopes, eu vi
O rabicho da Geralda.

Estava na Várzea do Cisco
C’um magotinho de gado,
Lá na pontinha de cima,
Onde entra pra talhado.
José Lopes chamou logo
Por seu filho Antonio João:
"Vá buscar o barbadinho,
"E o cavalo tropelão.

"Diga ao senhor José Gomes
"Que traga sua guiada
"E venha pronto pra irmos
"Ao rabicho da Geralda".

Chegados eles que foram,
Montaram, fizeram linha,
A quem eles encontravam
Perguntavam novas minhas.

Encontrando Zé Tomás,
Que vinha lá da Queimada...
"Camarada, dá-me novas
"Do rabicho da Geralda?"

- Ainda mesmo que eu visse,
Eu não daria passada,
Pois será muito o trabalho,
E o lucro não será nada.

- Não senhor, meu camarada,
A coisa está conversada:
A dona mesmo me disse
Que desse boi não quer nada.

Uma das bandas e o couro
Fica pra nós de bocório;
A outra vai se vender
Pras almas do purgatório.

Despediram-se uns dos outros,
No carrasco se internaram,
Cacaram-me todo o dia
Porém não me alcançaram.

Deram de marcha pra casa,
Já todos mortos de fome,
Foram comer um bocado
Na casa do José Gomes.

Passados bem cinco dias,
Estando eu na ribanceira,
Quando fui botando os olhos,
Vejo vir Manuel Moreira.

Um dos vaqueiros de fama
Que naquele tempo havia,
Que muita gente supunha
Só ele me pegaria.

Olhei para o outro lado,
Para ver se vinha alguém:
Divisei Manuel Francisco
E seu sobrinho Xerém.

Fui tratando de correr
Pelo lugar mais fechado,
Quando o Moreira gritou-me
Aos pés juntos, enrabado,

Corra, corra, camarada,
Pise seguro no chão,
Que hoje sempre dou fim
Ao famanaz do sertão.

Tiremos uma carreira
Assim por uma beirada;
Eu mesmo desconfiei
Do rabicho da Geralda.

Mais adiante pus-me em pé
Para ver o zuadão:
Enxerguei Manuel Francisco
Caído num barrocão.

Estive ali muito tempo,
Ali posto e demorado;
A resposta que me deram
Foi dizer: vai-te malvado!

Toda vida terei pena
De correr atrás de ti;
Bem me basta minha faca,
E minha esposa que perdi!

Daí seguiu para trás
Ajuntando o que era seu,
E juntamente caçando
O Xerém, que se perdeu.

Nesse tempo tinha ido
A Pajeú ver um vaqueiro;
Dentre muitos que lá tinha,
Viera o mais catingueiro.

Este veio por seu gosto,
Trazendo sua guiada,
E desejava ter encontro
Com o rabicho da Geralda.

Chamava-se Inácio Gomes,
Era cabra curiboca,
O nariz achamurrado
Cara cheia de pipoca.

Na fazenda da Concórdia,
Chegou ele a uma hora;
Muita gente já dizia:
O rabicho morre agora.

Dizia que pra matar-me
Não precisava de mais:
Bastava dar-me no rasto
De oito dias atrás.

Deram-lhe então um guia
Que bem soubesse do pasto,
E que também conhecesse
Dentre todos o meu rasto.

Onze dias me caçaram
Com grande empenho e cuidada:
Não puderam descobrir
Nem novas e nem mandado.

Passados os onze dias
Lá no Riacho do Agudo,
Quando fui botando os olhos,
Vi o cabra topetudo.

Disse o guia me avistando:
- Venha ver, meu camarada,
Eis ali o boi de fama,
O rabicho da Geralda.

Bem cedo, ao sair do sol,
Vimo-nos de cara a cara,
E nos primeiros arrancos
Logo lhe caiu a vara.

Ele disto não fez caso,
Relho ao cavalo chegou
E em poucas palhetadas
Bem pertinho me gritou:

- Corra, corra, camarada,
Puxe bem pela memória
Que não vim da minha terra
Para vir contar estória.

Gritou-me da outra banda
O senhor guia também:
- Tu cuidas que sou Moreira,
Ou seu sobrinho Xerém?

Tinha um pau atravessado
Na passagem dum riacho:
O cabra passou por cima
E o cavalo por baixo.

Segui a meia carreira,
No meu correr costumado,
E antes de meia légua,
Ambos já tinham ficado.

Pôs-se o cabra topetudo
A pensar o que faria,
E quando chegasse em casa
Que estória contaria!...

Na fazenda da Botica
Tinha gente em demasia,
Esperando ter notícia
Do rabicho nesse dia.

Perguntou José de Góis,
Morador no Carrapicho:
- Amigo, seja benvindo!
Dá-me novas do rabicho?

- Eu o vi, mas não fiz nada,
Pois nunca vi correr tanto,
Como esse boi, o rabicho,
É coisa que causa espanto!

- Nesta terra eu não vejo
Quem o pegue pelo pé,
Aquele morre de velho
Ou de cobra cascavel.

Respondeu José de Góis,
Morador no Carrapicho:
- Eu pelos olhos conheço
Quem dá voltas ao rabicho.

- Já anda em dezoito anos
Que Zé Lopes o capou,
Era ele então garrotinho,
Por isso foi que pegou.

Foi-se o cabra topetudo
E não sei se lá chegou,
Só sei é que ele foi
Com os beiços com que mamou.

Chega enfim - noventa e dois -
Aquela seca comprida;
Logo vi que era a causa
De eu perder a minha vida.

Secaram-se os olhos d’água,
Não tive onde beber,
E botei-me aos campos grandes
Já bem disposto a morrer.

Desci por uma vereda
E disse: esta me socorra;
Quando quis cuidar em mim
Estava numa gangorra.

Fui à fonte beber água,
Refresquei o coração!
Quando quis sair não pude,
Tinham fechado o portão.

Corri logo a cerca toda
E sair não pude mais:
Quem me fez prisioneiro
Foi apenas um rapaz.

Este saiu às carreiras,
E, vendo um seu camarada,
Gritou logo: já está preso
O rabicho da Geralda.

Espalhando-se a notícia,
Correram todos a ver,
E vinham todos gritando:
O rabicho vai morrer!

Trouxeram três bacamartes,
Todos três me apontaram,
Quando dispararam as armas,
Todas três me traspassaram!

Ferido caí no chão!
Saltaram a me pegar
Uns nos pés, outros nas mãos,
Outros para me sangrar!

Disse então um dentre eles:
- Só assim, meu camarada,
Nós provaríamos todos
Do rabicho da Geralda

Assim findo-se este drama,
Tudo assim se findará,
Como este boi, nesta terra
Não houve, nem haverá.

Jangada Brasil © 2000

A FESTA DO BOI

O festival é uma apresentação a céu aberto, onde competem duas associações, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo (Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes), um tipo de estádio com o formato de uma cabeça de boi estilizada, com capacidade para 35 mil espectadores. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações. O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local
A FESTA DO BOI
No apogeu da apresentação, acontece o Ritual, uma dramatização teatral comovente, culminando sempre com a mágica e misteriosa intervenção do Pajé, o poderoso curandeiro e temido feiticeiro, que faz a dança da pajelança. É a grande apoteose da noite.
A lenda do Boi-Bumbá
Todo mundo conhece ou já ouviu falar do boi-bumbá, mas muitos não sabem o que é, qual é a usa lenda. É uma dança folclórica popular brasileira com personagens humanos e animais fantásticos como o boi-bumbá que gira em torno da morte e ressurreição de um boi.
Sendo muito popular existindo oficialmente desde 1966, sempre ocorre de 28 a 30 de junho. Essa lenda é revivida em desfiles que conta que um peão o Pai Francisco, e com medo do filho não nascer com saúde ele realizou um desejo da esposa que queria comer língua de boi matando o boi do seu patrão. Quando descobriu ele decidiu prender Pai Francisco e sofreu muito onde posteriormente foi salvo pelo padre e pelo Pajé.
Para amenizar a situação o pajé conseguiu a façanha de ressuscitar o boi na encenação com o boi vivo a festa reinicia e segue intensa. Acontece desfiles com bois exuberando cores da mata amazônica que é muito bem aproveitada no trabalho de confecção das roupagens e alegorias. As músicas cantadas são toadas que acompanham por mais de 400 ritmistas que mantém o boi dançando, as letras falam de lendas e mitos amazônicos

Bumba Meu Boi Bumbá
Dê licença, vou anunciar.
Dê licença, é o boi chegando.
Índio trouxe o cocar,
delegado trouxe o seu bando.
A página está rangendo,
abra a porta do livro devagar
e deixe o boi entrar.

Este boi reluzente,
venha ver minha gente,
De onde veio este boi?
O boi da estrela na testa
veio lá do Piauí. Diz que foi.
E põe a boiada em festa!
Upa! Boi cintilante!
Veio lá de adiante
a mando do amo e patrão,
Sinhô Coronel Lourenço,
ser boi de estimação!

Amo e sinhô Coronel Lourenço
é dono desta fazenda,
de outras fazendas que nem conheço.
Falando de si, Coronel emenda:
- Alto lá, mentir é feio.
Não sou dono só de fazenda.
Se o mundo estiver à venda,
sou dono é de mundo e meio!